Jovem lendo -Antonio Vidal Rolland-Espanha, 1889-1970
Submissão
"Tanto quanto a literatura, a música pode determinar uma reviravolta, um transtorno emotivo, uma tristeza ou um êxtase absolutos;
Tanto
quanto a literatura, a pintura pode gerar um deslumbramento, um olhar novo
depositado sobre o mundo.
Mas só
a literatura pode dar esse contato com outro espírito humano, com a
integralidade desse espírito, suas fraquezas e grandezas, suas limitações, suas
mesquinharias, suas ideias fixas, suas crenças; com tudo o que comove, o
interessa, o excita e repugna.
Só a
literatura permite entrar em contato com o espírito de um de alguem que se foi,
da maneira mais direta, mais completa e até mais profunda, muitas vezes, do que
a conversa com um amigo – por mais profunda e duradoura que seja uma amizade,
numa conversa nunca nos entregamos tão completamente como o fazemos diante de
uma página em branco, dirigindo-nos a um destinatário desconhecido.” -M.Houellebecq, Rio.
“Para nos mantermos bem é necessário comer pouco e trabalhar
muito.”- Aristoteles
Quadrinha da Liberdade
Liberdade eh conviver
Com sua propria razão,
Sem a ninguém ofender,
Nem magoar o coração. -Durval Lobo
“Como a palmeira tens a majestade,
E dela tens a sombra e a sorte:
A avareza da sombra e da piedade.”- Olavo
Bilac- 1865 -1918, Palmeira Imperial.
O Branco e o Timbira
O
branco disse ao timbira:
— Não
me inspiram, sertanejo,
Estes
bosques, estas matas;
— Nem
eu vejo
De que
te ufanes aqui:
Vem
comigo — minha terras
Tem
mais lindas variedades
Vida,
amor, ouro, prazeres,
Nas
cidades
Tudo
enfim, terás — ali. —
–
O
timbira disse ao branco:
—
Cariúra, deixa a cidade
__ Vem
viver co’o sertanejo,
— Aqui
tens a liberdade. — 1858- Bruno Seabra
–
O
Cântico da Terra
Cora
Coralina
Eu sou
a terra, eu sou a vida.
Do meu
barro primeiro veio o homem.
De mim
veio a mulher e veio o amor.
Veio a
árvore, veio a fonte.
Vem o
fruto e vem a flor.
Eu sou
a fonte original de toda vida.
Sou o
chão que se prende à tua casa.
Sou a
telha da coberta de teu lar.
A mina
constante de teu poço.
Sou a
espiga generosa de teu gado
e
certeza tranquila ao teu esforço.
Sou a
razão de tua vida.
De mim
vieste pela mão do Criador,
e a
mim tu voltarás no fim da lida.
Só em
mim acharás descanso e Paz.
Eu sou
a grande Mãe Universal.
Tua
filha, tua noiva e desposada.
A
mulher e o ventre que fecundas.
Sou a
gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti,
ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu
arado, tua foice, teu machado.
O
berço pequenino de teu filho.
O
algodão de tua veste
e o
pão de tua casa.
E um
dia bem distante
a mim
tu voltarás.
E no
canteiro materno de meu seio
tranquilo
dormirás.
Plantemos
a roça.
Lavremos
a gleba.
Cuidemos
do ninho,
do
gado e da tulha.
Fartura
teremos
e
donos de sítio
felizes
seremos. - Cora Coralina
“Livros realmente causam transformações, mudam a cara do
domingo, alegram a vida.”-Ana
Mello
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