quinta-feira, 26 de novembro de 2015

# 1- Prosa e Poesia



JARDIM
Este pedaço de terra
Sera plantado o meu jardim
 Com diligencia e  cuidado
Porei   as sementes
O sol brilhara
A chuva cairá
As sementes, vão brotar e crescerão
E muita sombra para todos desfrutar.-Anónimo 



           "Eu não escrevo em Português. Escrevo eu mesma"- Fernando Pessoa (1888-1935)


Biblioteca

"Instalada em um imponente prédio estilo eclético (onde se misturam elementos neoclássicos), na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, abriga verdadeiras raridades da literatura. Obras impressas nos primórdios da invenção da imprensa, como a Bíblia Mongúncia (Bíblia Latina), publicada por Gutenberg e seus sócios, em 1462, é considerada pela chefe da Divisão de Obras Raras (Diora), a bibliotecária Ana Virginia Pinheiro, como uma das peças mais raras da divisão. Existem apenas outros 60 exemplares conhecidos desta bíblia em todo o mundo".-L.West

"Há na Biblioteca Nacional obras ainda mais antigas, escritas a mão sobre pergaminho, como O Livro dos Evangelhos, do século XI, escrito em grego e considerado o livro mais antigo na América Latina. O conjunto de obras impressas mais antigas datam do século XV, são os ‘incunábulos’, livros publicados nos primeiros 50 anos da invenção da tipografia por Gutenberg, e publicados até o ano de 1500".-Ladyce West, Rio 2011.






A Bananeira (J.Inacio-Brasil-acrilica sobre tela)

Humilde, em meio à flora, a bananeira,
Sozinha, transplantada em terra boa,
Vive ocultando à Natureza inteira
O seu destino de morrer à toa.

E parece feliz, bebendo as águas
Do céu, para o consolo das raízes,
Como se viessem transformar-lhe as mágoas
Nos encantos das árvores felizes.

O sol enche-lhe as palmas de pepitas
De ouro, na exaltação do amor violento,
E ela paneja suas largas fitas,
As folhas verdes balançando ao vento…

Outras vezes, a chuva, como um véu
Desatado de nuvem passageira,
Cai das vitrinas rútilas do céu
Para vestir de noiva a bananeira.

Noiva, mas noiva-mãe, toda pureza,
Pois sem amor, sem mácula e empecilhos,
Faz rebentar à luz da Natureza,
Na terra, em torno, a vida de seus filhos.

Pende-lhe, em breve, o cacho, de ouro ou prata,
Dos frutos bons…  Depois, a golpes brutos,
A bananeira cai em terra ingrata,
Pela desdita de ter dado frutos.-João Pessoa, Paraíba,1940 



Azulejo

Roubei azulejo antigo
de um convento na Bahia.
Tirei da vida de Cristo
a figura de Maria,

Para botar no oratório
de meu quarto de dormir,
e poder rezar feliz,
e sonhar sempre a sorrir…

Não passaram sete luas,
não passaram sete auroras,
o meu azulejo antigo,
devoção de minhas horas,

Do oratório foi roubado,
quem foi o ladrão não sei…
Fui rezar lá no convento
e meu azulejo achei…

Louvado seja o ladrão
Que fez Maria voltar
para junto de Jesus
no Calvário a caminhar…

Votei mais puro pra casa
rezei uma prece aos céus.

Nossa Senhora é mais bela- W. W. Rodriguez



Unidos com os Franceses, Belgians, Australianos, Libaneses, Nigerianos, Mali, Algerianos, Afeganistãos,  Iraquianos,  e TODOS os demais países atacados pela falta de humanidade que  grupos de fanáticos estão aterrorizando a todos nos.- Mariluce Teixeira de Araujo -Novembro 13/2015


                  22 de abril de 1500, O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
                                           Cândido Portinari -1956 (Brasil, 1903-1962)

                                                Catedral de Notre Dame- Paris, Franca
                                                     Praça da Republica- Paris, Franca

Pombinhas

"Duas meninas, dois meninos na mata ouviram uma pombinha gemer
Eu acho que ela esta com fome e não tem nada que comer

Dois meninos na mata ouviram uma pombinha carpir
 Eu acho que ela ficou presa e não sabe como fugir

Duas meninas na mata ouviram uma pombinha gemer
 Eu acho que ela esta com saudades
E com certeza vai morrer- 
Duas meninas, dois meninos, nos não deixaremos isso acontecer"
Cecilia Meireles (adaptação livre)




         
                         Tres Personajes, pintura  Rufino Tamayo, -Mexico, 1970
“No cree Tamayo que por inspiración se llegue al dominio técnico.
Cree en el trabajo de cada dia e muchas horas, y por eso sentencia:
                                ”Para ser pintor hay que pintar”.”

“La Pintura es, hay que repetirlo, la maravillosa union de la poesia que trae consigo el mensaje y las calidades plásticas que son el vehículo para transmitirlo.”-R.Tamayo


A Amizade Silenciosa da
Biblioteca-

“..tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saia delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido  sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existencia superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações…………….”Eca de Queiroz
 Biblioteca de Humboldt, 1856-E. Hildebrandt (Alemanha,1818-1869)-Aquarela

                                            Biblioteca Nacional , Rio de Janeiro.

“Antes subindo e descendo, os três andares, cada andar com estantes cheias de livros,  livros em diferentes idiomas, prosa,  poesia, historia, romance, lendas, contos infantis. Terra firme. Enfim tudo o que me chama atenção. Ah! não posso esquecer os livros de Arte, de diferentes, épocas, tempos, e lugares. O cheiro gostoso da comidinha caseira, as orquídeas coloridas, umas dormentes, outras florescendo.

Meus livros me mantém ocupada, as vezes longe da realidade que não quero enfrentar, as vezes imersa profundamente no azul-verde do meu Tapajós. Ah! e o meu amarelo forte,  e negro profundo  do encontro das aguas? So mesmo na minha Amazonia.

Mesmo longe ha mais de  30 anos,  o meu verde-amarelo vive dentro de mim. Cada Biblioteca me aproxima muito mais das minhas raízes, não importa aonde eu esteja, ahi sempre encontro meu mundo. Eh um habito que adquiri observando meu pai, e eu não sabia que estava aprendendo. Minha existência,  uma realidade de cores fortes de amor, compreensão, paciência,  de cheiro de cozidao, com muita verdura,  e o pão caseiro de milho, feitos com a sabedoria do coração, e a experiência de alimentar tantos "baixinhos, baixinhas",   para mim foi minha vida normal crescendo com a minha família, creia piamente que assim encontraria o mundo la fora. Nem tanto.

Agora, nem subindo nem descendo, nem três andares nem dois, apenas um, pequeno e  aconchegante, não mais na terra, mas movendo-se com a calma ou fúria do mar. Sempre com livros,  por todos os lados, com muitos volumes; coloridos, com ilustrações, ou não,  infantis e para adultos, uma coletânea de prosa e poesias, de escritores das Arábias,  das Africas, das Asias,  e também da nossa exuberante Americas.
Bibliotecas de grandes cidades e de pequenas vilas, aonde chego, seja na praia ou na montanha, la encontro sempre os livros desconhecidos e muito antes sonhados." Mariluce Teixeira de Araujo





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