Amor
Amemos! Quero de
amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia
de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E
nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus
lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio
morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero
tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e
dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minha’alma, meu
coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E
entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um
momento,
Morrer contigo de amor!
Álvares de Azevedo
Aceitarás o amor como eu o encaro?...
Aceitarás
o amor como eu o encaro ?...
..
Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a
imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.
Tudo o que há
de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim
jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada.
Não
desejo Também mais nada,
Só te olhar, enquanto A realidade é
simples,
E isto apenas.
Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce
das imperfeições.
O encanto que nasce das adorações serenas.
-Mário de Andrade
"Estes
os olhos são da minha amada,
Que belos, que gentis e que
formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
Os doces frutos da
estação dourada.
Por eles a alegria derramada
Tornam-se os campos de, prazer
gostosos.
Em zéfiros suaves e mimosos
Toda esta região se vê banhada.
Vinde
olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu bem as prendas belas,
Dai
alívio ao mal que estou gemendo.
Mas ah! delírio meu que me atropelas!
Os
olhos que eu cuidei que estava vendo,
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
Cláudio Manoel da Costa
Deixa que o olhar...
Deixa
que o olhar do mundo enfim devasse
Teu
grande amor que é teu maior segredo!
Que
terias perdido, se, mais cedo,
Todo
o afeto que sentes, se mostrasse?
Olha:
não posso mais! Ando tão cheia
Desse
amor, que minh`alma se consome
De
te exaltar aos olhos do universo.
Ouço
em tudo teu nome, em tudo o leio:
E,
fatigada de calar teu nome,
Quase
o revelo no final de um verso.
Olavo Bilac
"O entusiasmo é a maior força da
alma. Conserva-o e nunca te faltará poder para conseguires o que desejas."-Napoleão Bonaparte
"A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento,
duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor”-Joseph Addison
Soneto VII
"Ardor em firme coração
nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água
disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!
Tu, que em um peito abrasas
escondido, (*?)
Tu, que em ímpeto abrasas escondido,
Tu, que em um rosto corres
desatado,
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas
derretido.
Se és fogo como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com
porfia?
Mas ai!
Que andou Amor em ti prudente.
Pois para temperar a
tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama
fria."-
Gregório de Matos
Soneto
Encontrei-te.
Era o mês... Que importa o mês?
Agosto,
Setembro, Outubro, Maio, Abril, Janeiro ou Março,
Brilhasse o
luar que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho
andava esparso.
Que saudades de amor na aurora do teu rosto!
Que horizonte de
fé, no olhar tranquilo e garço!
Nunca mais me lembrei se era no mês de Agosto,
Setembro, Outubro, Abril, Maio, Janeiro, ou Março.
Encontrei-te.
Depois... depois tudo se some
Desfaz-se o teu
olhar em nuvens de ouro e poeira.
Era o dia... Que importa o dia, um simples
nome?
Ou sábado sem luz, Domingo
sem conforto,
Segunda, Terça ou Quarta, ou Quinta ou Sexta-feira,
Brilhasse o sol que importa?
Ou fosse o luar já morto?
-Alphonsus de Guimaraens
Nenhum comentário:
Postar um comentário