quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Hudson River - Escola dos Pintores


Frederic Edwin Church


“Flores cujos nomes eram, repetidos em sequência,
 orquestras de perfumes sonoros... 
Árvores cuja volúpia verde punha sombra 
e frescor no como eram chamadas..."-F.Pessoa

"Frutos cujo nome era uma marca na alma da sua polpa...
 Sombras que eram relíquias de outroras felizes.”-..F.Pessoa



“Clareiras, clareiras claras, que eram sorrisos mais francos da paisagem que se bocejava em próxima... 
Ó horas multicolores!... Instantes-flores, minutos-árvores, 
ó tempo estagnado em espaço, tempo perdido de espaço"-F.Pessoa


 "E coberto de flores, e do perfume de flores, 
e do perfume de nomes de flores!... 

Loucura de sonho naquele silêncio alheio!”...-F.Pessoa



“Loucura de sonho naquele silêncio alheio!... 

A nossa vida era toda a vida... 
O nosso amor era o perfume do amor... 
Vivíamos horas impossíveis, cheias de sermos nós... 
E isto porque sabíamos, 
que não éramos uma realidade...”-F.Pessoa



"Éramos impessoais, ocos de nós, outra coisa qualquer... 
Éramos aquela paisagem esfumada em consciência de si própria... 
E assim como ela eram duas - de realidade que era, 
a ilusão - assim éramos nós obscuramente dois,
 nenhum de nós sabendo bem se o outro não ele próprio

                           se o incerto outro viveria...”-F.Pessoa
"Uma criança que lê, sera uma adulta que pensa".-A.Stanley





Asher Brown



 
”Quando emergíamos de repente ante o estagnar dos lagos 
sentíamo-nos a querer soluçar... 

Ali aquela paisagem tinha os olhos rasos de água, 
olhos parados, cheios do tédio inúmero de ser... 
Cheios, sim, do tédio de ser, de ter de ser qualquer coisa,
 realidade ou ilusão - e esse tédio tinha a sua pátria 
e a sua voz na mudez e no exílio dos lagos...”-F.Pessoa




Thomas Cole

"E nós, caminhando sempre e sem o saber ou querer,
 parecia ainda assim que nos demorávamos à beira daqueles lagos,
 tanto de nós com eles ficavam e moravam, simbolizado e absorto...
 
E que fresco e feliz lamento o de não haver ali ninguém!’-F.Pessoa



Thomas Doughty


“Éramos tão ténues e rasteirinhos 
que o vento do decorrer nos deixara inúteis 
e a hora passava por nós acariciando-nos 
como uma brisa pelo cimo duma palmeira.
 
Não tínhamos época nem propósito. Toda a finalidade das coisas e dos seres ficara-nos à porta daquele paraíso de ausência”-F.Pessoa


“
Raiam na minha atenção vagos ruídos, nítidos e dispersos, 
que enchem de ser já dia a minha consciência do nosso quarto... 
Nosso quarto? Nosso de que dois, se eu estou sozinho? Não sei. 
Tudo se funde e só fica, fugindo, uma realidade-bruma 
em que a minha incerteza soçobra 
e o meu compreender-me, embalado, adormece...”-F.Pessoa
"A manhã rompeu, como uma queda, do cimo pálido da Hora...
 
Acabaram de arder, meu amor, na lareira da nossa vida,
 as achas dos nossos sonhos...”-F.Pessoa





Martin Johnson Heade

"Desenganemo-nos da esperança, porque trai, 
do amor, porque cansa, 
da vida, porque farta e não sacia, 
e até doem, porque traz mais do que se quer 
e menos do que se espera. 
Desenganemo-nos, ó Velada,
 do nosso próprio tédio, porque se envelhece de si próprio 
e não ousa ser toda a angústia que é”.-F.Pessoa




Albert Bierstadt

"Não choremos, não choremos, não desejemos...
 
Cubramos, ó Silenciosa, com um lençol de linho fino 
o perfil certo da nossa Imperfeição...”-F. Pessoa 



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