terça-feira, 15 de março de 2016

Voltando de Jacksonville, Florida Fevereiro 29, 2016 para Southport, NC.

Jacksonville, Florida Segunda-Feira 27 de Fevereiro de 2016.
Saímos as 06:30am,  da marina e em 7 milhas entramos no Oceano Atlantico.


                       Essa eh a marina que estivemos por 3 semanas.


                       Passamos apenas por 3 pontes fixas, a mare estava baixa, bom para nos.



                          Sol nascendo no Oceano Atlantico.









Não foi assim, não .......quase!!

 2:00horas da manha, a lua brincando de esconde esconde. O forte vento, elevou as ondas, Majestic 7 no Piloto automático. Nos  descansando os olhos, cada um 7 minutos, não houve tempo para dormir. 


EXPEDICAO   DA   MAJESTIC 7
 Saindo de Jacksonville, Florida para Southport, Carolina do Norte.


Depois de muita pesquisa, e estudos de diferentes fontes, horários do tempo, mapas náuticos, em papel e eletrônico,  para viajar pelo Oceano Atlantico, nos decidimos dar inicio a nossa viagem.  No sábado dia 27 de fevereiro, partimos  para Southport, NC. A previsão era de que as ondas estariam apenas de 2-7 metros e o vento ficaria entre 10-15 nos. A nossa viagem tomaria de 42-50 horas. Aparentemente, previsão de mar calmo. 
O dia começou bem, “normal”, ventos de 10-15 nos, ondas de 2-4 metros de altura, e logo tudo mudou; ventos de 20-32 nos, ondas de 10-15metros de altura. Majestic 7 dançava o samba, carimbo e pulava com os sons dos tambores Africanos, eu não estava gostando mesmo,  fazer o que? Não tem outra, o vento aumentou, e de sussurro passou a um barulho bem alto  alarmando a nos dois. Ficamos muito mais  vigilantes, com toda a atenção concentrada em  continuar a navegação, sem poder evitar nada da natureza. Estávamos em mar aberto, e não podíamos voltar, so tinhamos que seguir, e estar prontos  para qualquer ação de emergencia  no barco. 

O primeiro dia avançamos 160 milhas náuticas nas primeiras 24 horas, o Gulf Strem influenciou grandemente na velocidade do barco. Majestic 7 foi de 6 nos para 9.5, (velocidade do veleiro), e isso eh muito forte para um barco de vela. A velocidade normal e de 5.5-6.5./milhas nauticas por hora. Tivemos  que usar o Piloto automatico, por causa da escuridao total e fortes ondas. A lua  estava escondida detrás das nuvens e as vezes aparecia, mas não era suficiente para iluminar o oceano. Havian estrelas por todos os lados, e isso nos trouxe paz  e a esperança de que tudo iria melhorar. Mas não melhorou não. 

Jonathan e eu ja havíamos viajado a noite, e sempre  o nosso horário eh de cada 3 horas mudamos de piloto. Dessa vez, não houve possibilidade. Nos apenas “descansávamos nossos olhos” por 7 minutos, nada mais. A severidade do tempo de navegação não estava condizente para ninguém dormir.  Foram duas noites que não dormimos, mas sabíamos que no terceiro dia estaríamos em “casa”, porto seguro,  então cada minuto, e hora que passava, nos aproximávamos mais do nosso objetivo, Southport, NC. Deus Provera!

No dia seguinte, o sol estava belo,mas as condições do tempo não haviam melhorado, outra vez, com a vela principal e a genoa na proa, e assim seguimos, antes de escurecer para enfrentar a segunda noite,  Jonathan observou que a parte inicial da vela principal tinha rasgado por causa da forca do vento. Gracas a Deus por essa observação  imediatamente, recolhemos a vela principal, e por causa do balanço, agora sem muito estabilidade no barco,  tivemos que recolher a genoa também  Nova situação,  estávamos apenas com o motor, não tinhamos velas para nos ajudar na velocidade, e/ou equilíbrio do barco.. Tudo bem.  Com as velas dependendo da posição do vento o Bombordo e o Estibordo dão equilibro  ao veleiro, favorecendo a todos.

A segunda noite, foi muito ativa, muito mais que a primeira, agora ja não tinhamos a ajuda das velas, que realmente ajudam na navegação  O vento mudou de direção  e a velocidade diminuiu, agora as ondas vinham por atras do barco, tao altas que não queríamos olhar para trás  Tudo isso no escuro, mas com o reflexo da luz na popa, podíamos ver quão tao altas estavam as ondas do mar. Estávamos cansados, não, e sim, exaustos,  sabíamos que essa seria outra noite de apenas “descansar os olhos” por 7 minutos. Não havia outra, teríamos que enfrentar o que fosse. Nos estavamos a 100 kilometros longe da orilha do mar, sentiamos como se estivessemos no meio do oceano. Decidimos ir tao longe porque assim o caminho teria menos contornos para dobrar se estivessemos beirando ou proximo as cidades. Queríamos estar longe do canal dos grandes navios, para não haver "encontros" na escuridão, na madrugada.  E graças a Deus, ficamos o tempo todo longe do canal dos grandes navios de cargas, e ou cruzeiros de passageiros.

No nosso plano inicial  chegariamos pela manha as 09:45, de segunda-feira 29 de Fevereiro, com  sol e claridade. Por causa de velocidade inesperada no dia anterior, pela influencia da corrente forte do Gulf Stream, agora o nosso horário marcava que chegaríamos as 03:00horas da manha, e nos não estavámos nada felizes com essa mudança. Então decidimos ficar “fora” ate clarear,  ou seja esperamos clarear no mar, bem em frente da entrada do porto, mas não tao proximo do canal de entrada, umas 5 ou 7 milhas apenas, mas não pudemos permanecer la "fora" na espera do amanhecer;   a velocidade do vento aumentou de 20 nos por hora  para 32,  as ondas estavam aumentando e sentíamos que as ondas  iriam   literalmente nos “engolir” pela parte da popa do barco. Eu disse para o Jonathan: "olha para trás  essa onda e altíssima", ele me respondeu,:” não, eu não quero olhar”. E isso não melhorou para nada,  o vento se manteve forte e as ondas também. Finalmente,   cansados de esperar, a escuridão continuava e o tempo piorava,  as 03:30 da manha, totalmente escuro decidimos entrar no porto, com muito cuidado, prestando atenção a sinalização e a Garmin ( eh o aparelho electrónico que nos mostra a rota a seguir) com um montão de luzes vermelhas e verdes piscando, simultaneamente, confundindo a qualquer que nunca tivesse entrado naquele porto de noite, no escuro total. Jonathan havia anteriormente feito essa entrada de dia, e ele tinha algum conhecimento. Com experiência ou não  foi extremamente difícil,  nos entramos com muito cuidado e muito devagar. Vimos as luz de longe da entrada da marina, e nosso coração agradeceu ao nosso Criador. Aas 5:50am, ainda escuro, mas ja tinhamos as luzes da marina, entramos, eu tinha uma lanterna potente na minha mão na proa para ver qual era o trapiche que atracaríamos  apesar de que era a mesma marina, nosso trapiche  agora seria o F19, e não o B12, que foi o anterior. Ao nos aproximar do trapiche, eu desci com as cordas na mão  ja que a essa hora ninguém esta te esperando para ajudar, e nesse momento o barco, atolou numa barra de areia. A mare estava baixa, a quilha ficou enterrada na areia, então não podíamos avançar para atracar totalmente.  Jonatan, desceu ao trapiche, eu voltei para o barco,  agora na direção , para tentar  trazer a Majestic 7 mais perto, e amarrar as cordas. Não conseguimos quase nada. Meio atracado o barco, amarramos bem,  tomamos café da manha,  banho quente, pijamas, e eu dormi de 06:30am-16:00hrs.  O Jonathan para variar so durmiu uma hora e meia e foi trabalhar no barco.  Quando eu digo “trabalhar”, nesse caso, lavar o barco que estava banhado de sal, revisar tudo checar o inventario e  qualquer outra coisa que ele encontra para estar ocupado. Ate parece que homem gosta mesmo de estar ocupado, nao eh o meu caso, eu trabalho meu expediente, e “Hasta la Vista, Amigo”, nada mais.   Depois desse bom descanso, ficamos no Majestic 7 repousando o resto do dia. As 14:30horas a mare cheia veio, e o Majestic 7 foi facilmente puxada para frente. Quando eu acordei as 16:00horas, ja estava tudo normal, e eu no meu profundo sono, nao havia percebido nada. Sono gostoso, e bem merecido.

Na Quarta-feira as 09:45hrs (dois dias depois da nossa chegada),  fomos acordados por um barulho estrondoso, pulamos da cama, nos vestimos e rápido, subimos para a cabine do barco. Resulta que o barulho tinha vindo do  “Ferry”, Balsa que esta na nossa marina e que cada 60 minutos sai com passageiros para uma ilha. Esse Ferry, Balsa,  perdeu controle e chocou o barco ao nosso lado, danificando, a proa, antenna, ancora e muito mais. Que susto, graças a Deus não nos tocou, porque um poste nos livrou do acidente. Deus no controle. O Jonathan diz que tivemos “sorte”, eu digo que somos abençoados. Deus Proveu! como sempre.




  Amanheceu com promessa de um melhor dia de navegação. Não  aconteceu, que ilusão!








           Essa eh a Balsa que chocou nesse poste  exatamente, detrás da Majestic 7, na nossa popa.



                      Dois dias depois de chegarmos a Deep Point, fomos caminhar na praia.
   Esse eh o caminho do trapiche aonde a Majestic 7 esta atracada para a praia da marina.
       Atardecer na marina Deep Point, Southport, Carolina do Norte.



            Segunda-Feira 8 de Marco de 2016, uma semana depois de chegarmos a Deep Point Marina.


  Vamos ficar "quietos" aqui, ate passar um tempo. Vamos descansar, e planejar, mas Deus tem o melhor plano. Ele eh o nosso Guia.


Saindo de Racine, Wisconsin no dia 03 de Julho de 2015, com todas as paradas em portos e ancoras que fizemos, chegamos a Southport, depois seguimos para o Sul da Florida, atravessamos o Golf Stream para Bahamas, e voltamos para Southport, Carolina do Norte, chegando aqui no dia 29 de fevereiro de 2016,  total de milhas 3,510 milhas náuticas, e  8 meses. Deus esteve conosco, no principio, meio e fim. Deus proveu. Muita agua natural, sem gelo, com pedaços de limão amarelo dentro, muito creme hidratante, e oração. Deus Provera!. Deus Proveu!Deus sempre Prove. Eh so pedir com   FE!.



Nenhum comentário:

Postar um comentário